O primeiro ano do mestrado terminou e minha média geral foi o equivalente no Brasil à nota 8. Aqui em Portugal, a classificação vai de 0 a 20, então fiquei com 16. A nota 8 me persegue, como uma característica de identidade, e já foi assunto de sessões de análise. Thiago é um cara nota 8. Então esse resultado veio mais para corroborar uma constatação do que como um motivo para celebrar ou ficar desapontado.
Se alguém me inspira a ler, só por isso essa pessoa já seria nota 8. E no seu caso tem um plus.....seus textos nota 10 !
Por coincidência semana passada comentei sobre esse seu talento, e mencionei como exemplo um dos meus favoritos...o texto da Beth rs. No dia seguinte entrou o e-mail da newsletter, depois de um longo período de silêncio.
Só continue, por favor! Seus textos são mais que necessários. São e sempre foram nota 10 pra mim. ❤
Vou deixar aqui uma coisa que li esses dias, de uma psicanalista que eu sigo no twitter, e foi objeto de uma das minhas sessões de análise. Vou escrever como me lembro, tá? Ela dizia mais ou menos que de maneira geral as pessoas chegam na análise com demandas de superego, que ela simplificava como sendo demandas do "eu deveria". Eu deveria ser mais assim ou assado, menos prepotente, mais produtiva, menos rancorosa, mais esperta, etc. A demanda do sujeito era que o analista o ajudasse a fortalecer esse superego para que a pessoa pudesse vencer ou superar esses problemas.
Aí ela dizia que o papel da análise era justamente o oposto, era o de desinflar esse superego, murchá-lo, até que o grande botão do foda-se pudesse ser apertado com naturalidade. Mas que chegar lá era trabalhoso, um percurso que precisava ser trilhado com paciência, porque não se trata de um reconhecimento racional. Esse também é da ordem do superego.
Meu superego tá menorzinho, mas ainda dá as caras (e as cartas) mais vezes do que devia. Manda essa freira com palmatória aí ir fazer figuração em algum conto erótico da Hilda Hist e abraça o fantasminha camarada, ele tá certíssimo.
A gente precisa de mais notas 8 no mundo. Muito mais, muito muito mais.
A sua indignação com um 8 no mestrado já te coloca num lugar melhor que de muitos que tiraram 9 e foram embora felizes ou aliviados com o resultado.
Agora o seu texto 10 me fez lembrar que eu tive uma professora que, ao perceber a minha indignação com um 8 em um trabalho bobo sobre teoria da comunicação, me chamou e disse no pé do meu ouvido: “se este trabalho fosse de outras pessoas nesta sala eu teria dado 9 ou 10, mas como é seu eu dei 8. Ser bom ou um dos melhores no grupo chama a atenção de quem observa e gera maiores expectativas quando este o avalia. Você terá que lidar com isso na vida.”
Jul 25, 2022·edited Jul 25, 2022Liked by Thiago Medeiros
O 8 era também a nota do João, seu pai. Lembro que ele recebia pelos seus 8, estrelinhas cintilantes da parte das irmãs franciscanas. Eu era do 7, e ficava contente.
Seja mais autoindulgente. 8 no mestrado mas 10 na escrita. Sou seu fã total. Bjs
Só acho que deveria seguir os passos de Ms. Hilda.
Se alguém me inspira a ler, só por isso essa pessoa já seria nota 8. E no seu caso tem um plus.....seus textos nota 10 !
Por coincidência semana passada comentei sobre esse seu talento, e mencionei como exemplo um dos meus favoritos...o texto da Beth rs. No dia seguinte entrou o e-mail da newsletter, depois de um longo período de silêncio.
Só continue, por favor! Seus textos são mais que necessários. São e sempre foram nota 10 pra mim. ❤
Vou deixar aqui uma coisa que li esses dias, de uma psicanalista que eu sigo no twitter, e foi objeto de uma das minhas sessões de análise. Vou escrever como me lembro, tá? Ela dizia mais ou menos que de maneira geral as pessoas chegam na análise com demandas de superego, que ela simplificava como sendo demandas do "eu deveria". Eu deveria ser mais assim ou assado, menos prepotente, mais produtiva, menos rancorosa, mais esperta, etc. A demanda do sujeito era que o analista o ajudasse a fortalecer esse superego para que a pessoa pudesse vencer ou superar esses problemas.
Aí ela dizia que o papel da análise era justamente o oposto, era o de desinflar esse superego, murchá-lo, até que o grande botão do foda-se pudesse ser apertado com naturalidade. Mas que chegar lá era trabalhoso, um percurso que precisava ser trilhado com paciência, porque não se trata de um reconhecimento racional. Esse também é da ordem do superego.
Meu superego tá menorzinho, mas ainda dá as caras (e as cartas) mais vezes do que devia. Manda essa freira com palmatória aí ir fazer figuração em algum conto erótico da Hilda Hist e abraça o fantasminha camarada, ele tá certíssimo.
A gente precisa de mais notas 8 no mundo. Muito mais, muito muito mais.
A sua indignação com um 8 no mestrado já te coloca num lugar melhor que de muitos que tiraram 9 e foram embora felizes ou aliviados com o resultado.
Agora o seu texto 10 me fez lembrar que eu tive uma professora que, ao perceber a minha indignação com um 8 em um trabalho bobo sobre teoria da comunicação, me chamou e disse no pé do meu ouvido: “se este trabalho fosse de outras pessoas nesta sala eu teria dado 9 ou 10, mas como é seu eu dei 8. Ser bom ou um dos melhores no grupo chama a atenção de quem observa e gera maiores expectativas quando este o avalia. Você terá que lidar com isso na vida.”
Receba. :) xx
Já sou seu leitor!!! Continue...se vc é lento lendo então é melhor eu me jogar pela janela!! Rs
Li seu texto em voz alta e o Fábio retrucou: "Se o mestrado fosse de literatura ele tiraria 10."
Dois grandes escritores que eu anseio ler a primeira obra: você e Lívia
O 8 era também a nota do João, seu pai. Lembro que ele recebia pelos seus 8, estrelinhas cintilantes da parte das irmãs franciscanas. Eu era do 7, e ficava contente.
Seja mais autoindulgente. 8 no mestrado mas 10 na escrita. Sou seu fã total. Bjs
Às vezes só o receio da mediocridade nos faz menos medíocres. O que nos faz maiores é seguir apesar do medo. Ótimo texto, Thiago!
Continue, Thiago. Só continue. 📝